quarta-feira, 17 de outubro de 2012

jornal público solidariedade


Encontro de solidariedade para com os dispensados do jornal Público


Sexta-feira, 19 de Novembro das 11h00 às 13h00 em frente da redacção do jornal Público em Lisboa, Rua Viriato, nº 13


Apoio dos leitores a todos os profissionais do Público em vias de serem dispensados. Dia 19, das 11h00 às 13h00 (primeiro dia de greve marcada), em frente da redacção do Público em Lisboa.


Porque, como se afirma no texto de solidariedade divulgado por antigos jornalistas deste diário (e aqui reproduzido), o Público se tornou, nestes mais de 20 anos de existência, um património que é de todos nós: dos que o sonharam e tornaram possível, dos que nele trabalharam, dos que nele trabalham e de todos aqueles que o continuam a comprar e a ler diariamente.
Agradecemos a vossa participação e apoio na divulgação. Obrigada.


Comunicação subscrita por vários ex-profissionais do Público, na base da presente iniciativa:

«O anúncio do despedimento colectivo de 48 pessoas do Público não passou indiferente a ninguém na sociedade portuguesa; a história do Público tem sido, em grande medida, a história da evolução da democracia portuguesa.

Desde o seu nascimento, em 1989 – com início de contacto diário com os leitores em Março de 1990 –, que o Público se pautou por ser um espaço de enorme liberdade, de total liberdade de opinião, de pluralidade e democracia; em paralelo, o Público revelou-se um dos órgãos de comunicação social que mais lutou pela liberdade de imprensa nos últimos anos.

Contudo, o constante e crescente interesse na obtenção de resultados económicos foi empurrando o Público para um atoleiro complicado; foram saindo os primeiros diretores, outros foram boicotados, outros despromovidos, outros enfim. Em simultâneo, foram saindo muitos jornalistas e quadros que conferiam unidade orgânica ao projecto, que, grosso modo, apesar dos percalços vários, se tem mantido no rumo definido originalmente.

Nos últimos meses, temos ouvido histórias deveras tristes sobre episódios de funcionamento do Público, algumas das quais revelaram uma profunda divisão interna e se tornaram temas incontornáveis da actualidade política nacional – o caso das escutas ou o caso Relvas são disso exemplos.

Nós, ex-Público, somos já mais de 300 pessoas. Em comum, temos o amor que mantemos pelo Público e o prazer de procurar nele notícias sérias, objectivas e independentes. É com este espírito que nos reunimos com a regularidade possível e é com este espírito que falamos sempre em prol da continuidade do projecto.

Nestes mais de 20 anos, o Público tornou-se património nacional, que é nosso (dos que lá trabalharam), dos que ainda lá trabalham e de todos aqueles que o compram ou lêem diariamente. Por isto tudo, não ficamos indiferentes ao que se passa no Público. Por isso, estamos solidários com todos os profissionais que lá labutam, independentemente do trabalho que executam. Por isso, e também por sabermos dos tempos difíceis que o país atravessa, repudiamos a recente atitude da administração e da direcção editorial de despedir alguns dos melhores que por lá ainda estão.

Defendemos que, mais do que de um ajuste de quadros e de poupanças, este despedimento colectivo é efectivamente um saneamento de quadros por discordâncias várias. Reafirmamos que, na medida do que nos for possível, lutaremos pela revogação destas medidas, e estaremos juntos e seremos solidários, não só dos que agora querem atirar pela borda fora, como dos que lá ficam e que terão um futuro muito árduo. E estaremos também ao lado dos leitores, de todos os leitores, que perderão muito com a “reestruturação” agora iniciada.»

Filipa Melo

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