sexta-feira, 21 de setembro de 2012

um notável graciosense


  • Hoje a emoção surpreendeu-me com este artigo da Rádio Graciosa. Obrigado avô!

    Eurico Vieira da Costa, nasceu a 19 de Março de 1905 na localidade de Dores, freguesia e concelho de Santa Cruz da Graciosa.

    Filho de uma família de agricultores, Eurico Costa concluiu a quarta classe nas escolas da ilha. Casou novo e teve quatro filhos.

    Eurico Costa era o que pode dizer-se um “empresário nato”, com uma capacidade empreendedora única e que muito deu à ilha Graciosa.

    A sua actividade sempre foi a de comerciante e foi numa parceria com o senhor Medina que formou a Costa e Medina Lda., o seu primeiro negócio virado para as fazendas e miudezas.

    Também se dedicou ao fabrico de licores que eram devidamente engarrafados e rotulados, produtos de qualidade que eram também exportados. Possuía vinhas e por isso empregava um grande número de pessoas, para cobrir todas as suas áreas de negócios.

    Mais tarde a sociedade Costa e Medina Lda é desfeita e Eurico Costa fica sozinho à frente do negócio, que continua a expandir, enquanto o seu antigo sócio fundou a Ilha Branca.

    Sempre cheio de ideias, foi de Eurico Costa que surgiu o primeiro negócio de bordados, possibilitando às mulheres da época ajudar financeiramente os seus agregados familiares. Trazia os bordados para a ilha já impressos, distribuía pelas bordadeiras, que recebiam o pagamento assim que os entregavam na sua loja. Muitos bordados da Graciosa saíram da ilha. Ainda na área da costura, foi pelas suas mãos que chegaram à ilha as famosas máquina de costura Oliva.

    Eurico Costa tinha sempre novas ideias de negócios, algumas adquiria-as quando viajava e via que havia uma área em que podia existir uma oportunidade de negócio.

    Abriu na ilha uma pequena fábrica de Pirolitos, um género de refresco gaseificado que muito sucesso teve na altura. Para este negócio, tal como no dos licores comprou maquinaria necessária ao engarrafamento e rotulagem.

    Na sua actividade empresarial consta ainda a produção de vinho, tendo sido sócio fundador da Adega Cooperativa da Ilha Graciosa. Criou porcos, pois vendia os animais já abatidos e desmanchados, para fornecer às empresas de navegação, para que as tripulações consumissem a bordo durante as longas viagens por mar.

    Foi do filho mais novo que tomou conhecimento das potencialidades das algas e foi neste novo negócio que começou a envolver a família, conseguindo estendê-lo a outras ilhas, nomeadamente Flores e São Miguel.

    Eurico Costa possuía um lagar onde as algas eram tratadas para depois serem vendidas aos japoneses que adquiriam estes produtos, o “ágar ágar”, para os usar na medicina, entre outras áreas. A empresa de algas de Eurico Costa não só comprava as algas às pessoas que lhe vendiam, recebendo de imediato conforme o peso destas, mas chegou a ser proprietária de uma embarcação que com mergulhadores conseguiam apanhar algas de melhor qualidade. Esta apanha acontecia a uma grande profundidade e os mergulhadores conseguiam o ar necessário através de um compressor que estava a bordo da embarcação.

    A visão empreendedora levou-o ainda a abrir a primeira sala de cinema da Graciosa, devidamente equipada, negócio que abriu sozinho, mas que mais tarde deu a explorar.

    Quando deixou as algas, manteve a loja aberta desta vez para venda de artigos para a pesca, caça submarina, era o único estabelecimento da ilha a ter para venda fatos de mergulho. Foi nesta loja, sua antiga residencia, perto da matriz que passou os últimos anos da sua vida, em contacto com o público, tal como ele gostava, pois era nos clientes e amigos por lá passavam que encontrava as conversas animadas que bastante gostava.

    Era um homem alegre e bem-humorado tanto nos negócios como junto da família.

    Na sua loja que se arquitetaram os convívios que deram origem ao Santa Cruz Sport Club, com Eurico Costa a pertencer à equipa de futebol “Os Pretos”, a que deu origem ao clube.

    Eurico Costa era um homem muito bem-disposto e tinha um grande sentido de humor e alegria que sempre manteve ao longo da sua vida.

    Faleceu a 29 de Dezembro de 1991 de causas naturais, tinha na altura 86 anos de idade.

    Um Graciosense que deu muito à sua ilha e população e por isso é recordado com muito carinho pela população da ilha.

    Um graciosense notável a quem a Rádio Graciosa presta homenagem.
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