quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Tonga da Mironga do Cabuletê

Realmente eu não fazia a menor ideia do significado... Tonga da Mironga do Cabuletê Por acaso descobri essa pérola...

Mauro Andrade Moura

Ano de 1970.Vinícius e Toquinho voltam da Itália onde haviam acabado de inaugurar a parceria com o disco "A Arca de Noé", fruto de um velho livro que o poetinha fizera para seu filho Pedro, quando este ainda era menino. Encontram o Brasil em pleno "milagre econômico". A censura em alta, a Bossa em baixa. Opositores ao regime pagando com a liberdade e a vida o preço de seus ideais. O poeta é visto como comunista pela cegueira militar e ultrapassado pela intelectualidade militante, que pejorativa e injustamente classifica sua música de easy music. No teatro Castro Alves, em Salvador, é apresentada ao Brasil a nova parceria. Vinícius está casado com a atriz baiana Gesse Gessy, uma das maiores paixões de sua vida, que o aproximaria do candomblé, apresentando-o à Mãe Menininha do Gantois. Sentindo a angústia do companheiro, Gesse o diverte, ensinando-lhe xingamentos em Nagô, entre eles "tonga da mironga do cabuletê", que significa "o pêlo do cu da mãe". O mote anal e seu sentimento em relação aos homens de verde oliva inspiram o poeta. Com Toquinho, Vinícius compõe a canção para apresentá-la no Teatro Castro Alves. Era a oportunidade de xingar os militares sem que eles compreendessem a ofensa. E o poeta ainda se divertia com tudo isso: "Te garanto que na Escola Superior de Guerra não tem um milico que saiba falar nagô".

Fonte consultada : Vinicius de Moraes: o Poeta da Paixão; uma Biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 1994. Tonga da Mironga do Cabuletê Toquinho e Vinicius de Moraes Eu caio de bossa eu sou quem eu sou Eu saio da fossa xingando em nagô Você que ouve e não fala Você que olha e não vê Eu vou lhe dar uma pala Você vai ter que aprender A tonga da mironga do cabuletê A tonga da mironga do cabuletê A tonga da mironga do cabuletê Você que lê e não sabe Você que reza e não crê Você que entra e não cabe Você vai ter que viver Na tonga da mironga do cabuletê Na tonga da mironga do cabuletê Na tonga da mironga do cabuletê Você que fuma e não traga E que não paga pra ver Vou lhe rogar uma praga Eu vou é mandar você Pra tonga da mironga do cabuletê Pra tonga da mironga do cabuletê Pra tonga da mironga do cabuletê

29.03.11

in diálogos lusófonos

__._
.in diálogos lusófonos
__,_._,___

Sem comentários:

Enviar um comentário