terça-feira, 18 de setembro de 2012

democracia angolana


REVISTA ÁFRICA21

"A democracia angolana é obra dos angolanos", por João Melo

"Os eleitores angolanos possuem uma consciência política madura e refinada", escreve João Melo na revista África21, a propósito das eleições em Angola.
Brasília - Escrevo quando ainda falta apurar a totalidade dos resultados das eleições gerais de 31 de agosto, mas sabendo-se já que o MPLA e o presidente José Eduardo dos Santos manterão a maioria qualificada, embora com cerca de dez pontos percentuais a menos do que em 2008. Confesso: este era precisamente o resultado que eu esperava. A África21 previu-o igualmente, na sua última edição.
Algumas leituras podem desde já ser feitas. A primeira é que as eleições foram muito melhor organizadas do que o pleito de 2008. Não há dúvidas, portanto – exceto para os maus perdedores de sempre e os seus aliados, internos e externos –, que, como o reconheceram todos os observadores nacionais e estrangeiros, as eleições foram livres, justas e transparentes.
Outra leitura obrigatória é que, se ainda houvesse dúvidas, ficou mais uma vez confirmado que os eleitores angolanos, apesar do seu baixo nível de escolaridade, possuem uma consciência política madura e refinada, fruto da sua sofrida e complexa experiência histórica. Sem ignorar a persistência de outras motivações, como a etnicidade, o que predomina é o voto racional e consciente.
Por conseguinte, só poderá espantar os que não conhecem a realidade angolana que o sentimento de angolanidade tenha saído fortalecido destas eleições, em detrimento da retórica divisionista, regionalista e separatista que uns poucos insistem em alimentar. Elucida-o o resultado de Cabinda, onde o MPLA, que sempre defendeu a unidade da nação e do Estado, repetiu os 4-1 alcançados em 2008, mas também os da Lunda Norte e da Lunda Sul, no leste, onde o partido no poder melhorou a sua votação de há quatro anos, totalizando 5-0 na primeira e 4-1 na segunda.
Leia versão integral na edição impressa da revista África21 (N.º 67, setembro 2012). Para assinar a revista contacte: jbelisario.movimento@gmail.com

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