terça-feira, 4 de setembro de 2012

BOLETIM FLE 3 SETEMBRO

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Em Julho, a OCDE divulgou um relatório sobre a economia Portuguesa no qual afirma "que a diferença de nível de instrução é a principal causa das diferenças de produtividade da mão-de-obra" aludindo claramente à enorme desigualdade social e educativa que persiste em Portugal, apesar do grande investimento que o País tem vindo a fazer em educação. Para além de outras explicações, os peritos da OCDE justificam esta situação com as heranças do passado...

No artigo "Miséria e Ostentação no Ensino", o Professor Avelino de Jesus desmonta facilmente este argumento, afirmando que em 2009 apenas 48% dos jovens entre os 25 e os 34 anos possuíam o ensino secundário em Portugal (contra os 81% da média da UE), como se nos últimos 38 anos não tivesse sido possível garantir a conclusão deste grau de ensino às gerações que cresceram depois da revolução de 1974.

Apesar de tudo, não deixa de ser pesarosamente verdadeira uma parte deste argumento pois, como sabemos, o nosso modelo de educação pública assenta ainda em vários pressupostos herdados do Estado Novo: um ensino público com um fornecedor monopolista e seguindo um modelo único; um modelo orientado para um único fornecedor, dirigista e massificado para o aluno; um modelo, sem transparência, em que o Estado é simultaneamente fornecedor, gestor de escolas e aferidor da qualidade... Enfim, herdámos um sistema sem liberdade de aprender e de ensinar, não permitindo aos pais escolherem a escola dos seus filhos, excepto se a puderem pagar, não permitindo aos professores trabalharem em autonomia e impedindo-os de inovar e de criar novas escolas.

Em suma, a nossa escola pública, promovida como "universal" e "inclusiva", não oferece um caminho de sucesso aos jovens que dela mais necessitam, estando refém de uma política educativa centrada na manutenção do fornecedor do serviço público de educação e não nas necessidades efectivas dos alunos. A OCDE tem vindo, de forma reiterada, a alertar o País para esta situação, sugerindo que se passe a centrar a educação nos alunos e nas suas efectivas necessidades.

Esta é, sem sombra de dúvidas, uma das heranças que as actuais gerações políticas têm vindo a assumir, recusando-se a alterar o paradigma e a re-orientar a política pública de educação do fornecedor para o aluno... Será por essa razão que os peritos da OCDE sublinham a "singularidade da realidade Portuguesa", considerando-a difícil de explicar?...

Conheça AQUI as considerações e sugestões do relatório da OCDE que iremos tratar neste fórum ao longo dos próximos tempos e releia AQUI o artigo "Liberdade para Educar - Alicerce para a Democracia" da autoria do Professor Fernando Adão da Fonseca.

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