sexta-feira, 20 de julho de 2012

poeta da negritude Eduardo de Oliveira

Faleceu um dos pioneiros da poesia negritudinista brasileira, o poeta Eduardo de Oliveira, autor do "Hino à Negritude" que transcrevo a seguir, obra selecionada pelo Congresso Brasileiro como integrante do patrimônio nacional, de execução obrigatória em cerimônias e datas oficiais evocativas dos afrobrasileiros. Morreu hoje pela manhã, mas até agora nenhum dos principais jornais brasileiros noticiou o fato. Eis o desfecho da trilha que o amor "cordial" reserva aos heróis do povo negro no Brasil...

Reproduzo abaixo a nota emitida pela UNEGRO, colhida no Facebook do presidente dessa organização, Edson França
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Nota de Falecimento

A União de Negros Pela Igualdade – UNEGRO manifesta pesar pelo falecimento do militante do movimento negro, Professor Eduardo de Oliveira, compositor do Hino à Negritude e Presidente do Congresso Nacional Afro-Brasileiro – CNAB.

Sua trajetória política em defesa da população negra e luta para superação do racismo é um exemplo a ser seguido por toda militância que desejam um Brasil próspero, justo e sem racismo.

A UNEGRO guardara do Professor Eduardo de Oliveira os mais belos ensinamentos, pois ele tinha profunda consciência de quem era os inimigos do povo. Combatia com destemor os racistas e defendia com paixão e doçura causa que todo movimento negro defende.

Que no Orun, ao lado de Abdias dos Nascimento, Hamilton Cardoso, Lélia Gonzalez, Arlindo Veiga, Beatriz Nascimento, José Correa Leite, dentre outros, protejam nossa luta!

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“Hino à Negritude (Cântico à Africanidade Brasileira)

I
Sob o céu cor de anil das Américas
Hoje se ergue um soberbo perfil
É uma imagem de luz
Que em verdade traduz
A história do negro no Brasil
Este povo em passadas intrépidas
Entre os povos valentes se impôs
Com a fúria dos leões
Rebentando grilhões
Aos tiranos se contrapôs
Ergue a tocha no alto da glória
Quem, herói, nos combates, se fez
Pois que as páginas da História
São galardões aos negros de altivez
(bis)

II
Levantado no topo dos séculos
Mil batalhas viris sustentou
Este povo imortal
Que não encontra rival
Na trilha que o amor lhe destinou
Belo e forte na tez cor de ébano
Só lutando se sente feliz
Brasileiro de escol
Luta de sol a solenidades
Para o bem de nosso país
Ergue a tocha no alto da glória
Quem, herói, nos combates, se fez
Pois que as páginas da História
São galardões aos negros de altivez
(bis)

III
Dos Palmares os feitos históricos
São exemplos da eterna lição
Que no solo Tupi
Nos legara Zumbi
Sonhando com a libertação
Sendo filho também da Mãe-África
Arunda dos deuses da paz
No Brasil, este Axé
Que nos mantém de pé
Vem da força dos Orixás
Ergue a tocha no alto da glória
Quem, herói, nos combates, se fez
Pois que as páginas da História
São galardões aos negros de altivez
(bis)

IV
Que saibamos guardar estes símbolos
De um passado de heróico labor
Todos numa só voz
Bradam nossos avós
Viver é lutar com destemor
Para frente marchemos impávidos
Que a vitória nos há de sorrir
Cidadãs, cidadãos
Somos todos irmãos
Conquistando o melhor por vir
Ergue a tocha no alto da glória
Quem, herói, nos combates, se fez
Pois que as páginas da História
São Galardões aos negros de altivez.

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