sexta-feira, 20 de julho de 2012

CPLP E GUINÉ EQUATORIAL

in diáçogos lusófonos

"Não se pode criar organizações só porque existem noutros continentes e reunir-se de xis em xis tempo para ouvir os discursos", Juan Tomás Ávila, http://www.ionline.pt/mundo/juan-tomas-avila-ninguem-fala-portugues-na-guine-equatorial

Juan Tomás Ávila é um dos mais importantes escritores da Guiné Equatorial, a voz mais conhecida internacionalmente de um dos países mais pequenos de África e o único de língua oficial espanhola. Um país de um pouco mais de um milhão de habitantes que, desde a sua independência, em Março de 1968, só conheceu dois presidentes: Francisco Macías Nguema e Teodor Obiang Nguema. O primeiro foi eleito democraticamente, mas em 1972 já se tinha proclamado presidente vitalício. O sobrinho e segundo presidente chegou ao poder num golpe de Estado em 1979, derrubando o tio e mandando executá-lo. Juan Tomás Ávila fez oposição ao governo dentro do país enquanto pôde, com todos os constrangimentos inerentes a uma nação onde as liberdades de expressão, política e cívica, estão cerceadas. O ano passado, e depois de iniciar uma greve de fome para protestar contra o regime, decidiu que havia chegado a altura de partir e rumou ao exílio em Barcelona. O autor de “Diccionario básico, y aleatorio, de la dictadura Guineana”, publicado em Espanha pela Ceiba (e disponível em ceibabotiga.com), conversou com o jornal i sobre a possibilidade de a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) aceitar a Guiné Equatorial como membro e a afinidade – ou melhor, a falta dela – dos equato-guineenses com o português, que o ditador Obiang transformou em língua oficial do país.
Juan Tomás Ávila em entrevista ao jornal I , 20 julho 2012, conduzida por António Rodrigues, ao responder à pergunta
A pertença à CPLP pode melhorar a situação dos direitos humanos na Guiné Equatorial? colocou alguns questionamentos cujas respostas possívelmente podem ser muito diversas, como a resposta a se a CPLP promove a democracia, o respeito pelos direitos humanos? pode ou não pode?

Epergunta Juan: " A CPLP conhece a situação da Guiné Equatorial? Sabe que a Guiné Equatorial é um país onde não se respeita nem a lei nem os direitos humanos? A CPLP promove a democracia, o respeito pelos direitos humanos, a satisfação das necessidades básicas da população e a instauração de um verdadeiro Estado de direito? Se assim é, então não deixará entrar a Guiné Equatorial, porque a Guiné Equatorial não cumpre nenhum desses requisitos e a sua ditadura, pura e simplesmente, não quer que se cumpram. A maioria dos países da CPLP são africanos. Acho que já vai sendo tempo que entre os africanos e os negros haja instituições em que o homem – o homem comum – esteja no centro e que não seja sempre o mesmo lanche de negros que passam o tempo a organizar. Não se pode criar organizações só porque existem noutros continentes e reunir-se de xis em xis tempo para ouvir os discursos."

Então cruzemos os braços!

E leiam a entrevista na íntegra em http://www.ionline.pt/mundo/juan-tomas-avila-ninguem-fala-portugues-na-guine-equatorial

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