segunda-feira, 25 de junho de 2012

Carta aberta #4 aos Queridos Estado Europeus

Queridos estados europeus:
Enquanto a maior parte  dos bloguistas estão entretidos com aquele coisa da bola ao pé para os lados da Europa tenebrosa, escrevo-vos hoje sobre a qualidade das oposições na Europa.  
Perante as desconsoladoras repetições dos comentadores políticos neste tema, vejo-me obrigado a citar um rapaz do séc. XVII, Paul de Gondi (1613-1679) coadjutor, e depois Arcebispo de Paris e Cardeal de Retz. Dizia assim o querido Retz : “Acredito firmemente que são necessárias maiores qualidades para ser um bom chefe de partido do que para ser um bom imperador”.
Ele achava que tinha essas qualidades. Pois achava ! Mas não tinha ! Contudo, a sua teoria da conspiração assenta na criação de poder político através da imaginação. O poder do Parlamento, diz o ardiloso cardeal, assenta na imaginação,: “Eles podem fazer o que acreditam que podem fazer”. Contudo, queridos estados europeus, Retz também dizia que a imaginação não trabalha por si própria! Ai isso não! Requer esforço e há um longo caminho a percorrer “ desde a veleidade à vontade, da vontade à resolução, da resolução à escolha de meios, da escolha de meios à sua aplicação”.
Sucede que as nossas oposições não parecem conhecer estas verdades do cardeal de Retz. Dizem umas coisas. Têm umas veleidades. Votam resoluções. Mas não escolhem os meios de ação nem muito menos as aplicam.... Com estas queridas oposições , como é que os governos hão-de ser bons? Ninguém os espicaça, ninguém os comove, ninguém so confronta... E por isso, queridos estados, rezem para ter boas oposições, porque assim não vamos lá!

Querido Revoltado

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