terça-feira, 10 de abril de 2012

A aguda olhada do açor.


 XVII Colóquios da Lusofonia em  A lagoa ( São Miguel, Açores)( 30/3—3/4,2012)
A aguda olhada do açor.
A ave que dá nome a estas ilhas “chantadas” no meio do Oceano Atlântico.
Pode que por erro dos primeiros marinheiros que lá chegaram a ser confundida com os milhafres ou por referência à Nossa Senhora dos Açores da Beira Baixa.
De qualquer maneira o nome faz-nos lembrar a aguda olhada destas aves de rapina que sabem caçar a pequena bicharia ajudadas pela sua aguda visão e a sua rapidez de manobra. As  9 ilhas a meio caminho entre a América e a Europa semelham semeadas pela mão dalgum Deus a sacudir os dedos sobre o oceano imenso e profundo.
Neste lugar , autentico paraíso verde de água e de vegetação tiveram lugar os XVII colóquios da Lusofonia.
Múltiplos temas foram abordados e múltiplas foram as procedências dos ali presentes: Todos os continentes lá estiveram representados. América do norte ( EEUU e Canadá), América do Sul( Brasil ) África ( Moçambique, Angola ) Ásia( Macau) ou mesmo Austrália. A Língua portuguesa e a cultura por ela exprimida foram lá a trave douro que ligaram esta formidável representação da humanidade.
 O solo vulcânico das Açores deu o sustento e o calor humano fez a liga com que a amalgama cristalizou.
Gaia a sustentar suas crianças. Gaia a se recriar permanentemente no fogo vulcânico nascido das profundezas das suas entranhas . Manifestadas em inúmeras nascentes de água quente e em lagos verde-azulados acochados nas caldeiras de antigos vulcões.
O manifesto que deste encontro surgiu fez apelo a aquela parte de mais nobre do ser humano, aquela que é capaz de criar a cultura e a beleza. Aquela capacidade que só o gênero humano tem de fazer literatura e de criar pensamento cientifico .
O gene altruísta que sempre acompanha ao gene egoísta fez o seu labor nesta “Xuntanza”   saindo como vencedor.
Concluiu-se neste encontro que a língua pode ser um eficaz instrumento para lidar com a crise mundial que tudo parece engolir. Isso é referido no manifesto destes colóquios, como:
a) Procurar consensos entre os governos do Brasil e Portugal para que sejam lançados cursos de língua e cultura portuguesas. Tanto para aqueles países que a tem como língua oficial, quanto para qualquer outros em que haja comunidades de falantes de português. b)Apoio ás editoriais e procurar a cumplicidade destas no cultivo e trasmisão da língua e cultura portuguesas.
c)Criar antologias bilíngues para a disseminação de autores/as lusófonas/os.
Só por  isso já os Colóquios teriam  a sua razão de existir. Ainda, para mim, que assistia pela primeira vez, resultaram a ocasião dum fecundo convívio com elementos da cultura comum e da língua partilhada, que me enriqueceram como pessoa e ajudar me irão a ver o mundo desde um perspectiva mais ampla e plural .
Sou muito grata de ter estado em São Miguel dos Açores. De ver a Terra na sua primigênia expressão de fogo , água, ar limpo e saudável coberta da verdura das florestas e das vacas a pastar pacíficas em verdes campos. Ficam na minha retina as estradinhas bordadas de flores, as gentes pacificas e amáveis, e no meu coração as amizades feitas através de espaço e de tempo para guardá-las no cofre dos meus tesouros mais prezados.
Adela Clorinda Figueroa Panisse.,Escritora  ,Ponente dos colóquios com o trabalho intitulado: O conto infantil como elemento socializador e de lazer. Ex O Rei da Floresta.
 Texto de Adela Figueroa  e Ilustrado por Celsa Sanchez.

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