quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Aplausos para Portugal Premiados cinco cientistas a trabalhar em Portugal

in diálogos lusófonos



Aplausos para Portugal

Premiados cinco cientistas a trabalhar em Portugal
altCinco cientistas a trabalhar em Portugal, numa lista internacional de 28 investigadores, foram reconhecidos pelo prestigiado Howard Hughes Medical Institute, dos Estados Unidos, por serem “futuros líderes científicos nos seus países”. Portugal, com uma distinção dada a quatro portugueses e uma norte-americana, é o país com o segundo maior número de premiados, ex-aequo com Espanha, também com cinco
premiados. A China obteve o maior número de premiados num total de sete.
Em Portugal, os investigadores agora distinguidos estão no Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC), no Instituto de Tecnologia Química e Biológica (ITQB), no Instituto de Medicina Molecular (IMM) e na Fundação Champalimaud (Programa de Neurociências).
Howard Hughes Medical Institute é uma das maiores filantropias mundiais, reconhecida pelo seu papel na promoção de descobertas em áreas cruciais de saúde humana como o cancro, a sida, as doenças cardíacas e a diabetes. Tendo como máxima "pessoas, não projetos", apoia cerca de 330 investigadores independentes, incluindo 13 prémios Nobel e 147 membros da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos.
Os investigadores agora premiados foram selecionados entre 760 candidatos de 18 países. Cada investigador assegura financiamento no valor de $650,000 (cerca de €513,000), distribuídos ao longo de cinco anos, a serem utilizados em estudos de neurociências, parasitologia, envelhecimento e a comunicação entre bactérias. Todos têm em comum terem realizado investigação nos Estados Unidos, serem líderes de grupos de investigação há menos de sete anos (sendo, por conseguinte, considerados em "início de carreira"), terem publicado resultados marcantes nas suas áreas e apresentarem programas de investigação ambiciosos e de grande impacto futuro.
Os vencedores deste programa inaugural são unânimes em realçar o sucesso retumbante das candidaturas "portuguesas": “Para uma comunidade científica da dimensão da que existe em Portugal, uma proporção de cinco em 28 premiados é um claro sinal da qualidade dos cientistas que aqui trabalham e, sobretudo, da capacidade que centros de investigação em Portugal têm para competir a nível internacional. Cada
vez mais se torna evidente que é possível fazer ciência de excelência em Portugal.” Realçam a necessidade de reforçar a aposta na ciência e tecnologia que se tem verificado nos últimos anos no país, de modo “dar o tudo ou nada” pela competitividade e desenvolvimento científico-tecnológico do país.
Karina Xavier e Miguel Godinho Ferreira (na foto) estão no IGC desde 2006. Karina Xavier é também investigadora do ITQB. Foram, durante alguns anos colegas de gabinete, embora trabalhem em áreas muito diferentes. Karina estuda os mecanismos pelos quais as bactérias comunicam entre si. Espera poder manipular a comunicação entre bactérias da flora intestinal, de modo a tirar partido das suas propriedades protetoras contra doenças infecciosas, inflamatórias e desequilíbrios nutricionais.
Karina Xavier doutorou-se em bioquímica, pela Universidade Noval de Lisboa e realizou um pós-doutoramento na Universidade de Princeton (Estados Unidos). Tem assegurado vários financiamentos da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).
Miguel Godinho Ferreira tem como objectivo compreender os mecanismos subjacentes ao processo de envelhecimento. Recorrendo ao peixe zebra como organismo modelo, ele pretende manipular os processos que regulam o envelhecimento ao nível celular reduzindo, dessa forma, a incidência de doenças, tais como o cancro, na velhice. Miguel está particularmente interessado em deslindar de que forma o encurtamento dos
telómeros (estruturas protetoras localizadas nas extremidades dos cromossomas) contribui para o envelhecimento e para o cancro.
Miguel doutorou-se em Londres, no Imperial Cancer Research Fund (ICRF). Realizou um pós-doutoramento em Denver (Estados Unidos) e posteriormente em Londres. Tem recebido vários prémios e financiamentos, nomeadamente o Prémio Simbiontes em Oncobiologia, o Prémio Pfizer e financiamento da Association for International Cancer Research.
Luísa Figueiredo, diretora da Unidade de Genética Molecular de Parasitas do IMM desde 2010, tem desde cedo um fascínio pelas coisas que não conseguimos ver. Este interesse tem-se mantido ao longo do seu percurso estando agora dedicada à investigação sobre o mecanismo da alteração das proteínas da superfície dos parasitas que lhes serve para evitarem a sua detecção pelos sistemas imunitários dos hospedeiros.
Licenciou-se em bioquímica na Universidade do Porto, doutorou-se no Instituto Pasteur, em Paris e realizou o seu pós-doutoramento na Rockefeller University, em Nova Iorque, onde estudou o parasita tripanossoma africano, que causa a doença do sono. O seu jovem grupo, foi já distinguido com financiamento europeu Marie Curie, da FCT, da Fundação Calouste Gulbenkian, do Prémio Crioestaminal e da EMBO.
Rui Costa e Megan Carey estão na Fundação Champalimaud, respetivamente, desde 2008 e 2010. Ambos estão interessados em analisar os circuitos cerebrais que controlam o comportamento: como eles são criados, como funcionam ao nível celular e como tudo isso se junta num cérebro muito complexo, para controlar o movimento, a aprendizagem, a memória e ações.http://www.superinteressante.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=1188:premiados-cinco-cientistas-a-trabalhar-em-portugal&

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