sábado, 26 de novembro de 2011

Galegos no Brasil


escreve a associada Isabel Rei
Misturando isto com o tema Galiza-Brasil, achei este artigo na rede, muito interessante:

http://ecodepontecaldelas.wordpress.com/2010/03/31/canto-galego-os-galegos-no-brasil/

é uma reportagem publicada no Correio da Bahia em 2004.

Colo um parágrafo da última parte:

Hospital espanhol

Àquela época, já existia a Real Sociedade Espanhola, fundada em 1º de janeiro de 1885. "Naquele período havia muitas dificuldades de assistência à saúde. Por isso, os espanhóis mais abastados que já estavam aqui resolveram fundar um hospital para acolher melhor os que chegavam e, ao mesmo tempo, para assegurar assistência à própria família", esclarece o atual presidente do Hospital Espanhol, Roberto Cál Almeida. A primeira sede estava situada no Campo da Pólvora e a entidade prestava somente assistência domiciliar. As necessidades foram crescendo e 12 anos depois os galegos compraram um terreno na Barra para erguer o prédio onde hoje está situado o Hospital Espanhol. Segundo relatos, foi com grande dificuldade que os sócios conseguiram reunir 40 contos e cinco mil réis para a compra do terreno. Com o dinheiro no caixa, havia ainda outra barreira a vencer: o proprietário do terreno exigia um comprador português para o patrimônio. Sendo assim, convocaram um português para ser o representante laranja da colônia espanhola no leilão onde o terreno seria oferecido. Com a compra efetivada, não tardou para ser iniciada a construção de 14 quartos para internamento dos associados. Desde o início, os princípios foram baseados nos traços marcantes da cultura espanhola, prezando o culto ao trabalho, à família e às instituições e oferecendo outros serviços além do hospitalar. A Sociedade Espanhola dava auxílio financeiro, pensões, funerais, passagens para a Galícia e havia ainda a demanda daqueles que necessitavam de repatriação, por vários motivos, principalmente quando contraíam uma moléstia incurável. O amor à terra natal era tão grande, que, na iminência da morte, sentiam a necessidade de retornar para morrer junto aos seus. Com o tempo, o local foi ficando pequeno para atender às necessidades e novas reformas eram empreendidas. Mais de um século depois, o hospital é referência na capital baiana e dispõe de 205 leitos.


Sempre conhecidos como espanhóis no âmbito lusófono... Demasiado orgulhosos e sempre saudosos da terra e dos costumes, da comida, das paisagens de aqui. Gente estranha, os galegos, que se adaptam mas não se adaptam nunca fora da casa.

Porém, continuo sem entender uma cousa da emigração galega, como é possível que escrevam algo como isto (tirado tb. do artigo anterior):

"A terra é verde, as casas son de pedra eterna, mentres os pequenos ríos regan todas as lembranzas e todos os adeuses e todas as palabras nunca ditas. Entre tanto a chuvia e o ceo gris auguran novas saudades. Fillos que parten, nais que choran ausências e futuros incertos. Em Fornelos, como noutras vilas dos arredores de Pontevedra, os mozos partían a novos mundos. Alguns soñaban co nosso Portugal tan querido e tan achegado, outros arelaban chegar à Bahia de Todos os Santos. Todos fuxíam da fame e dun futuro que em Galiza estaba prohibido"
(Lóis Pérez Leira – Galegos na Bahia de Todos os Santos)

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