segunda-feira, 4 de julho de 2011

Vasco Graça Moura não desiste e insiste

Sou a favor do Acordo Ortográfico
»»»»»As novas gerações da informática, porque sentem a língua inutilizável tal e qual é nos processos expeditos da comunicação atual, estão, por isso, a dar-lhe uma faceta de simplificação excessiva, o que também é mau. O novo acordo simplifica alguma coisa, mas não o suficiente. Defendo-o porque traz a outra vantagem que há muito os especialistas de boa-fé de Portugal e Brasil perseguem: a unificação duma língua portuguesa no universo da lusofonia. Foi a unificação fraca possível, depois da rejeição do projecto de 1986.

 Acordo Ortografico/Opinião de Vasco Graça Moura
O escritor Vasco Graça Moura defende que o actual Governo “deve voltar atrás e suspender a aplicação do Acordo Ortográfico”
 
O escritor Vasco Graça Moura defendeu ontem que o actual Governo “deve voltar atrás e suspender a aplicação do Acordo Ortográfico” que qualificou de “abominável”.
Em declarações à Lusa e à margem da palestra proferida no Centro Nacional de Cultura, em Lisboa, Graça Moura disse que não ia «dizer nada de novo» e que considerava o novo acordo «um crime contra a Língua [Portuguesa]» e que «juridicamente não está em vigor».
«Não foi ratificado por Angola e Moçambique e não estando, não se verifica uma condição de validade do tratado», atestou, afirmando que a condição incluída no Acordo - que basta a ratificação de quatro países para entrar em vigor - é «uma pantomina inventada pela CPLP [Comunidade de Países de Língua Portuguesa]».
Neste sentido, espera que o actual Governo «compreenda a gravidade» e «suspenda a sua aplicação».
«Eu espero que, quer o actual Governo, quer o actual Parlamento, em especial os actuais ministros da Educação e o dos Negócios Estrangeiros e, eventualmente o secretário de Estado da Cultura, compreendam que não se pode aplicar uma matéria sem que primeiro ela seja estudada cientificamente, tal como não se faz um aeroporto ou um TGV sem estudos prévios», declarou.
É um Acordo Ortográfico «que está cheio de defeitos, cheio de vícios e cheio de erros, e até no Brasil há problemas na sua aplicação, apesar de ser mais favorável á norma brasileira que à portuguesa», acrescentou.
Para o autor, o Acordo é «colonialista» por ter sido feito apenas por Portugal e pelo Brasil, enquanto «os outros países fizeram apenas ofício de corpo presente» e «foram tratados como parentes pobres».
Segundo Graça Moura, os países lusófonos africanos «seguem a norma portuguesa, logo [o actual Acordo] não vem facilitar e vem antes criar complicações, vai-se aumentar o divórcio, nas normas seguidas, entre cada um dos países participantes no chamado universo da Língua Portuguesa».
Na sua opinião a aplicação do Acordo Ortográfico vai trazer «mais problemas de escolaridade em sociedades de baixa escolaridade, e na alfabetização».
«Este acordo é um aborto em alguns dos seus aspectos e tem coisas nocivas como nas facultativas, em que cada um escreve conforme lhe der na real gana, e isso é o contrário do que é a grafia, é um desastre», desabafou.

http://www.jornaldamadeira.pt/not2008.php?Seccao=13&id=188067&sup=0&sdata=

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